terça-feira, 29 de dezembro de 2009

ENSAIO



Eu preferiria o silencio se ele não fosse tão fatal.
Enquanto reflito, eu complico
Torno mortal.
Tentaria a imobilidade
Estou tentando, mas atentada pela vontade
de me dizer em tom poético experimental.


Por Samara Belchior (Em 02/12/09)

ESCONDERIJO



Me misturo no irreal
Como se possível vivê-lo n'alguma outra dimensão
onde cores quentes se espalham pelos redores.
Me invadem esses tons
tornam sons sobre os quais deito.

Me escondo sob os meus sois, pois sei que são meus.
Não há como me roubar daqui de dentro de mim.


Por Samara Belchior

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009



"...Mas entendo de arte e amor pois anseio por isso com cada fibra do meu ser..." Tolouse-The Moulin Rouge

sábado, 5 de dezembro de 2009

CENTRO


    O vento que batia no rosto em frente à Catedral. Hoje suas portas não estiveram abertas. De qualquer modo, de qualquer forma, o ar da cidade esteve libertador. Exceto sim para os que pendiam de um sono torturante presos ao concreto do chão.
    Os passos vagarosos permitiam sentir os séculos de História, das histórias dos mais diferentes viventes daquele tempo que legou edifícios da cidade. E tem o cheiro dos ventos coloniais, a cor das vilas e o som das vozes ecoantes jesuíticas, brancas, portuguesas, aportuguesadas, miscigenadas.
   Todo esse centro atiçante. Os picos daquela Sé. A latência da arte em todas (quase todas) as pontas. Fez-se então um misto dessa realidade presente, que quase já sem sê-la, apropriou pés outros de outrora naquele chão, sidos de um passado distante pelo tempo e tão aproximado pela fusão que houve nos sentimentos.
    O piscar dos olhos fotografou na mente as melhores imagens subjetivadas daquele concreto, daqueles humanos, daquele presente, daqueles reflexos do passado. Do Pátio ao Marco, do José ao Paulo. E a Caixa que cheia de presentes artísticos adornou a alma tão inquieta por transportar-se a todos os tempos e informar à pele as sensações de cada.

Por Samara Belchior em 05/12/2009 (Dedicada ao meu amigo Philippe Arthur)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

PERSPECTIVAS


O que parece loucura o poeta fez de beleza
À destreza das suas simplicidades
Com toda a sensibilidade que lhe faz o corpo.
Doce e amargo que lhe esculpem o âmago.
Aquelas danças interiores exultem!

Fez de pequeninas horas
De um dia marcado que passou
Da tendência da lembrança branca
O desenho da evidência
Do calor, da cor, da luminescência.

E enquanto o todo ao redor de tudo
Loucamente espera pelo concreto
Fez do céu seu teto de estrelas queimando
Deslizando em meio aos sentimentos abastados
Cheios do que não é absoluto.

Por Samara Belchior (01/12/2009)

LÉU

Larissa Morais

Quem dera lá fora no vento
Embora sentada aqui dentro
Não me há alcance para as ondas
Me perco aqui sob o teto com sombras
Meus olhos arregalados no silêncio
Meu corpo pedindo acalento

Quem dera acalento no vento
Não posso, o relógio, o tempo
Já há quanto não toco o papel
Se não para não sonhar, não ao léu?

Estou aqui internalizada
Ah, minha liberdade esperada
Será lá fora no vento
Meu acalento
fugindo
do tempo!

Por Samara Belchior (2008)