domingo, 21 de fevereiro de 2010

Céus




Em todo canto um céu,
cinza
alaranjado
azul
Saltado aos olhos, enfim,
sejam quais suas nuvens 
num surto de contemplação.

Do que há abaixo desfaz-se o pensamento
tomado pelo intento, tão simples,
do que acima se vê.

São só segundos, intensos
marcados por um zumbir de vento
que anula sensações para encravar
tão pouco, a imagem incontida nos olhos.

Nada estático. São renovados tons, 
submetidos à subjetividade de cada tilintar de olhos
nos movimentos de uma quase canção. 

Por Samara Belchior (15/02/2010)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Introspectivo


Sentia aquele frio espontâneo no pé da barriga.
Entranhaveis ondas.
Tudo que era novo fazia as borboletas voltarem como de tempos em tempos no compasso das lembranças, na ansia do futuro esperado.
Fazia desatentos os olhos, perdidos na imensidão do imaginário, dos signos desenhados nas paredes da mente.
E os outros, perplexos, perguntavam se algo a estava arrebatando, ela respondia "não", mas sabia, eram seus sonhos acumulados passeando paralelamente aos seus calcanhares.

Por Samara Belchior.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010




Descartei estatutos
Sabe-se lá o limite da razão
Sem certo
Sem lema de recitação
Danço no improviso da canção.

Samara Belchior (03/02/2010)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Alba


Tudo escuro
Sob meus olhos
Sobre meu teto

Tudo incerto
Por dentro
No redor
Nas possibilidades

Esfericamente
ondas sonoras propagam
ventanias na orla da alma

No nada dos olhos
As cores dos sons
A esperança da luz
A sutilidade divina

Por Samara Belchior (02/02/2010)