terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Anjo Gabriel.



Minha poesia repete teus olhos,
tua face macia,
boca doce,
perfume envolvente.
Minha boca repete meu amor:
Te amo, te amo.
Meu amor repete-se diariamente,
e crescente.
Seu eu, encantador para mim,
é a promessa do nós.
Meus olhos se fecham nos fins de dias
ansiando por ter teu olhar,
em todas as manhãs.
Tão pouco sei dizer do todo
que sinto.
Amor, te quero tão bem porque,
te amo, encanto!

Samara Belchior (07.11.10)

domingo, 12 de dezembro de 2010

Infarto

O mundo jaz no egoísmo,
maldito grudado na pele 
corre pelos cantos e centros.


O mundo não contem o outro,
é o núcleo fechado do "mim",
cercado pela moldura do espelho.


As cores da propaganda desfilam
no palco que esconde por trás da cortina 
a chacina da miséria.


Quem sente não pode fugir
e o sentimento que virou mercadoria, 
vendido é jogado - brinquedo velho no canto.


Quem sente só sofre a angústia, 
estatelada pelos meios da garganta, 
guardada numa lágrima contida.


Eles caminham massificados
ignorando sua massificação;
fantoches do materialismo, ignoram
tão só a parte metafísica das coisas,
choram um momento diante do caixão,
mais tarde achando-se sóbrios
mergulham outra vez no que pensam
ser eterno: a satisfação, os medos que têm,
o conforto, a alienação.


Um dia se acharão surpresos quem sabe?! 
diante da moldura de um espelho que
lhes roubou os anos, pessoas, sentimentos, 
valores...


(21.11.10- 01:04 da madrugada)


Samara Belchior.