quinta-feira, 12 de novembro de 2009

JANELA



Mulher na Janela-Salvador Dali.

Agora respiro preparada
Resíduos de ausência
Costume, tempo, cauterização...
Não sou mais nem menos
Sou EU.
Tomo-me por amada
O que foi perdido se resgata no horizonte
Forte, loucura, preparada...
O pulsar as vezes muda, respiração ofegante
São sinais, vitais!
Não dá para deixar de ser humano
Alguns se tornam portas.
Me ponho na janela pra ver de tudo que passa
Agora já sei!
Não posso mais fechar a janela
Agora já sei.
Meus olhos arregalados preparam o peito
Estou pronta.
O medo que diminui de intensidade
Me deixo pôr a cabeça pra fora
O vento de areia me deixa os olhos vermelhos
Vale a pena
Mais tarde o vento límpido me embaraçará os cabelos.
Costume, tempo, cauterização...
O novo, a coragem, a janela.
Experiência, experimentação.
Tão longe da ponta, tão longe da estrada
Mas a janela aberta me dá direito ao vento
Já posso sentar em seu batente.
Sou EU
Preparada!

Por Samara Belchior (2007)

Nenhum comentário:

Postar um comentário