quarta-feira, 23 de setembro de 2009

RG 00 000 000 X

Nomes. Tantos nomes. Talvez nomes sejam mais do que isso.
Quantos diários espalhados pelas escolas do Brasil! Cheios de nomes.
Aliás, certidões, documentos. São nomes.
Não conhecemos nada além do que vemos a partir do ponto, de um ponto da realidade em que nos encontramos.
Os nomes são nossas identificações, são representações para pontuar nossa ciência quanto ao fato de existirmos.
Há tanto conhecimento e não conseguimos guardá-lo todo em nós. Não conseguimos utilizá-lo em plenitude.
Um dia nossa existência nessa realidade abstrata, na qual nos servimos de cosmovisões para interpretar, findará e talvez todo o conhecimento e prestígio social terão sido inválidos. Talvez sobrem nomes, talvez nem isso...Na sepultura a retórica será inútil.

É possível que seja melhor ter amado do que sabido.

O conhecimento como um fim em si mesmo é desperdício. É desperdício!

A arrogância e orgulho, o esconderijo por trás das máscaras apenas tendem a nos aprisionar em um labirinto. Idas e voltas em um caminho sem novidades, são apenas repetidos encontros com as mesmas paredes. Elas as vezes servem de recosto para o corpo, para a cabeça que nela apoiada dá vasão as lágrimas.
Representamos todo o tempo diante da sociedade. O medo, instinto que protege, interpõe as barreiras entre ser o que se é e ser o que não se é.

Essências nunca serão nomes.

Por Samara Belchior (em 17/02/08)

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